O câncer do colo do útero, o terceiro mais frequente entre as mulheres brasileiras, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV), transmitido por relações sexuais desprotegidas. A infecção pelo vírus é bastante comum. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 80% das mulheres sexualmente ativas terão contato com o vírus ao longo da vida. No entanto, as lesões causadas pelo HPV, quando não diagnosticadas e tratadas, podem evoluir para o câncer. O Inca estima que neste ano devem ser registrados mais de 16 mil casos da doença.
Fatores de risco
Além da infecção pelo HPV, são considerados fatores de risco para o câncer do colo do útero o início precoce da vida sexual e a multiplicidade de parceiros, o tabagismo e o uso de pílulas anticoncepcionais orais por muito tempo.
Sintomas
O câncer do colo do útero é considerado uma doença de evolução lenta com lesões pré-tumorais causadas pelo HPV que, se não forem diagnosticadas e tratadas ainda no começo, podem evoluir para um tumor.
A doença não costuma apresentar sintomas nos estágios iniciais. No entanto, nos casos mais avançados pode apresentar sangramento ou secreção vaginal anormal e dor.
Prevenção
O câncer do colo é considerado uma doença curável, já que as lesões precursoras podem ser detectadas em estágios iniciais e ainda sem sintomas por meio do exame Papanicolau, gratuito na rede pública de saúde. O exame é indicado para mulheres que já iniciaram a vida sexual e, após os 25 anos, deve ser feito periodicamente. Podem ser realizados ainda outros exames para rastreamento da doença.
Desde 2014, o Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente a vacina contra o HPV nas unidades de saúde para meninas de nove a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina evita a infecção pelo vírus e reduz as chances do desenvolvimento desse tipo de câncer ou outras doenças relacionadas.
Tratamento
O tratamento para o câncer do colo do útero depende do estágio da doença. As principais opções são cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia, que podem ser indicadas isoladamente, ou de maneira associada.
Serviço
O Hospital Amaral Carvalho mantém o Programa de Prevenção do Câncer Ginecológico para rastreamento da doença e realização do exame preventivo. O serviço completou 25 anos no ano passado com quase 80 mil pacientes atendidas, a maioria jauenses, alcançando resultados bastante significativos com redução da incidência do câncer invasor e da mortalidade no Município, como em 2004 e 2015, quando nenhuma jauense morreu por câncer do colo do útero.
Mulheres que necessitem realizar o Papanicolau devem entrar em contato com o Instituto de Prevenção pelo telefone (14) 3602-1241 e agendar o atendimento.
Estela Capra