Outubro Rosa é uma campanha internacional que tem como objetivo conscientizar e incentivar o diagnóstico precoce do câncer de mama. A ação, que percorre todo o mês de outubro, teve início em 1990, quando a Fundação Susan G. Komen for the Cure, nos Estados Unidos, promoveu a primeira “Corrida pela Cura”, e utilizou o laço na cor rosa como símbolo da campanha. No Brasil, a primeira iniciativa do Outubro Rosa se deu em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado de rosa.
O câncer de mama
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 66.280 novos casos de câncer de mama no Brasil em 2022. Fica atrás apenas do câncer de pele não melanoma entre os mais frequentes nas mulheres de todo o país.
O crescimento desordenado das células que podem provocar tumores na mama será o responsável por mais de 18 mil mortes neste ano, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer, do Inca.
No entanto, o isolamento causado por conta da pandemia da Covid-19 e o receio da contaminação fizeram com que muitas mulheres deixassem de ir às unidades de saúde para exames de rotina ou atendimento médico, prejudicando o diagnóstico precoce. De acordo com dados do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) do Hospital Amaral Carvalho, foram registrados 182 novos casos de câncer de mama em estágio avançado em 2020, aumento proporcional de 3,4% em relação a 2019.
Fatores de risco
A idade é um dos fatores de risco mais importantes: quatro a cada cinco casos registrados ocorrem a partir dos 50 anos, conforme dados do Inca. Obesidade, sedentarismo, menopausa tardia e frequente exposição a radiações ionizantes são outras possíveis causas.
Mas, sem um fator único de risco, esse tipo de câncer também pode estar relacionado às questões genéticas, como mutação de alguns genes, ou hereditariedade, quando há casos de câncer na família, por exemplo.
Sinais de alerta e sintomas
De acordo com o Ministério da Saúde, na maior parte dos casos em que o câncer de mama já se encontra com manifestações clínicas, o principal sinal é o nódulo palpável na mama. Mas, existem outros sintomas que podem indicar sua presença e que precisam ser reconhecidos. São eles:
– Retrações de pele e do mamilo
– Secreção aquosa ou sanguinolenta pelo mamilo
– Vermelhidão da pele
– Pequenos nódulos nas axilas e/ou pescoço
– Mamilo invertido
– Inchaço parcial ou na mama inteira
– Dor na mama e/ou mamilo
– Irritação na pele da mama
Prevenção
Para prevenir o câncer de mama, é recomendado manter hábitos saudáveis como a prática de atividade física e alimentação equilibrada. O aleitamento também contribui para evitar a doença: amamentar pelo tempo máximo possível é um importante fator de proteção.
Evitar o uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal, também é uma forma de prevenção desse tipo de câncer.
Como na maioria dos casos oncológicos, o diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta as chances de cura e da realização de procedimentos menos invasivos. Ferramentas importantes para a detecção em fase inicial são os exames de rastreamento, que devem ser solicitados pelo médico, quando necessário.
A mamografia é o exame de imagem considerado padrão ouro na avaliação de doenças mamárias, mas é necessário estar associada à avaliação médica e complementada com outros exames, como ultrassonografia.
Quando fazer a mamografia?
A mamografia de rastreamento é o exame de rotina em mulheres que não possuem sinais ou sintomas de câncer de mama. A recomendação do Ministério da Saúde é para que mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos realizem o exame a cada dois anos.
A mulher que está fora da faixa etária recomendada para fazer a mamografia de rastreamento, pode incluir na sua rotina de check up uma visita a um médico mastologista. Além disso, recomenda-se que a postura atenta aos sintomas seja base para um possível diagnóstico precoce. Ao identificar qualquer sinal, deve-se procurar a unidade de saúde para realizar consulta e receber possível encaminhamento para a realização de exames.
Serviço
O Hospital Amaral Carvalho mantém o Pró-Mama, programa voltado para auxiliar no diagnóstico precoce do câncer de mama. O serviço atende mulheres com encaminhamento médico dos postos de saúde para realização de consulta e exames como mamografia e ultrassonografia. Orientações e informações pelo telefone (14) 3602-1307.
Uma história de superação
Luciana Veloso Florêncio, 42 anos, mora em Itapeva/SP. Começou a suspeitar que havia algo errado com sua mama esquerda em junho de 2021. “Percebi, no banho, que minha mama esquerda estava diferente com relação à direita, com uma leve retração”, contou Luciana. Para ponderar se era apenas uma impressão ou realmente tinha algo errado, Luciana pediu para sua filha e sua irmã opinarem. “Elas também perceberam a diferença e então, meu esposo logo me levou até uma unidade básica de saúde da minha cidade”.
Entre mamografia, ultrassom e biópsia, teve a primeira confirmação da existência de uma neoplasia. Encaminhada para uma profissional mastologista para dar prosseguimento à investigação e diagnóstico, foi direcionada para o Hospital Amaral Carvalho. “Em setembro de 2021, tive todos os exames refeitos, agora no Hospital Amaral Carvalho, e então recebi a confirmação: um carcinoma ductal invasivo na mama esquerda”.
Tratamento
Luciana iniciou o tratamento com 16 sessões de quimioterapia. “Tive sintomas leves durante a quimioterapia, se comparar com outros pacientes. A única dificuldade foi durante uma queda de imunidade que necessitou de internação, mas tive uma recuperação rápida”, contou Luciana.
Já em relação à cirurgia de retirada do tumor, Luciana recebeu uma excelente notícia. “O médico me informou pessoalmente que eu poderia passar pela oncoplastia, que é a retirada do tumor e correção estética feita ao mesmo tempo. Eu fiquei muito feliz, com esperança de ter minha auto estima renovada, e senti muita gratidão”.
A oncoplastia mamária é a cirurgia plástica realizada durante o procedimento de retirada de tumor mamário, permitindo assim que aconteça a reparação imediata da mama acometida. Nesse procedimento, o seio saudável pode passar por reparos para garantir a simetria das mamas.
Recuperada da cirurgia, Luciana se prepara para iniciar a última fase do tratamento, que incluirá 16 sessões de radioterapia.
Feliz e com sua esperança restabelecida, ela manda um recado para todas as mulheres: “não tenham medo, pois o diagnóstico precoce é o melhor caminho para vencer o câncer. Ao menor sinal, procure um médico, e confie no processo, pois dará tudo certo”.
Thais Moraes