Setembro é o mês escolhido para conscientizar sobre o câncer infantojuvenil. A iniciativa, intitulada de Setembro Dourado, tem o objetivo de orientar sobre os sintomas dos tumores mais comuns nas crianças e adolescentes, para que o diagnóstico seja feito precocemente.
Entre os principais tipos, os mais frequentes são as leucemias, que afetam os glóbulos brancos, os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), esses tipos correspondem a mais de 60% do total de casos. São estimados, por ano, oito mil diagnósticos de câncer infantojuvenil no Brasil, sendo este considerado a primeira causa de morte na faixa de zero a 19 anos.
Apesar dos altos índices, as chances de cura passam de 70% se a doença for descoberta ainda no início, quando ainda há possibilidade de optar por tratamentos menos invasivos. Para isso, é necessário informar a população sobre os sinais e sintomas sugestivos da doença.
Sintomas
O câncer infantojuvenil costuma se desenvolver rapidamente, por isso, é importante que os adultos estejam atentos a alterações que as crianças e adolescentes possam apresentar, sejam elas físicas ou comportamentais.
Os sintomas mais recorrentes são: perda repentina de peso, palidez, falta de energia, alterações de visão, manchas roxas pelo corpo, febre persistente, nódulo ou inchaço incomum, dores abdominais e de cabeça e sudorese noturna.
No entanto, muitos desses sintomas são comuns para outras doenças infantis. “É importante que as crianças visitem frequentemente o médico e que o profissional, ao notar esses sinais, suspeite da possibilidade de câncer, para iniciar a investigação. Só faz diagnóstico de câncer quem pensa em câncer”, comenta a médica coordenadora da Oncopediatria do Hospital Amaral Carvalho, Larissa Polis Moreira.
Diagnóstico
Diferentemente dos tumores que acometem os adultos, o câncer em crianças e adolescentes não tem fatores de risco relacionados ao estilo de vida e, por consequência, não existe prevenção. O diagnóstico correto é o que contribui para a eficácia do tratamento e para redução das taxas de mortalidade. “O diagnóstico precoce faz a diferença em todo o curso do tratamento da criança, podendo elevar consideravelmente as chances de sucesso. Por isso, precisamos orientar profissionais da saúde, educadores, familiares e a sociedade em geral sobre os sintomas e sinais do câncer infantojuvenil”, afirma Larissa.
Tratamento
O tratamento varia de acordo com o tipo de câncer e do estágio em que os pacientes são diagnosticados e iniciam os procedimentos. As terapias são baseadas em quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou até usadas de maneira combinada.
COVID-19
A médica avalia que a pandemia afetou o diagnóstico precoce da doença, já que muitas pessoas deixaram de buscar unidades de atendimento por conta da COVID-19. “Já percebemos o impacto disso, ao receber pacientes com quadros mais graves, com a doença em estágios mais avançados”, diz.
Dra. Larissa comenta ainda que pacientes em tratamento oncológico estão na lista de prioridade para imunização. “As adolescentes que estão na faixa etária liberada devem tomar a vacina contra o Coronavírus.”
Estela Capra