Fevereiro Laranja: campanha visa conscientizar sobre a Leucemia

Iniciamos hoje a campanha Fevereiro Laranja, que tem como objetivo o combate à Leucemia. A conscientização sobre a doença e seus sintomas é essencial para o diagnóstico precoce, já que não existem formas de prevenir a doença. Quanto mais cedo diagnosticada, maiores as chances de sucesso no tratamento. A campanha também destaca o transplante de medula óssea, importante aliado no tratamento da leucemia.

 

Leucemia

A leucemia é um tipo de câncer que ataca a medula óssea, responsável pela produção do sangue. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de dez mil pessoas são diagnosticadas por ano com a doença, que se diferencia em mais de 12 subtipos.

Ainda de acordo com o Inca, a doença se divide em 12 tipos, tendo quatro tipos mais comuns: leucemia mieloide aguda, leucemia mieloide crônica, leucemia linfocítica aguda e leucemia linfocítica crônica.

 

Principais sintomas

Por não ter formas de prevenção, é fundamental identificar os sintomas para o diagnóstico precoce da doença.

O acúmulo de células doentes impede a produção de células sanguíneas normais, o que afeta o organismo e emite sinais como a anemia, cujos sintomas incluem fadiga, falta de ar e dor de cabeça. A redução dos glóbulos brancos provoca queda da imunidade e aumenta as chances de infecções graves ou recorrentes. Já a diminuição das plaquetas ocasiona sangramentos, geralmente nas gengivas e pelo nariz, e manchas roxas pelo corpo.

Também podem estar relacionados à Leucemia: gânglios linfáticos inchados, especialmente na região do pescoço e das axilas, febres ou suores noturnos, perda de peso sem motivo aparente, desconforto abdominal, dores nos ossos e nas articulações. Nos casos em que a doença afeta o Sistema Nervoso Central, podem ocorrer náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação.

Esses sinais podem estar relacionados a outras doenças, mas é importante procurar atendimento médico ao surgimento deles.

 

Tratamento

Há diferentes formas de tratamento de Leucemia, a depender do tipo da doença e das condições do paciente, como estado clínico e idade. O tratamento pode variar entre medicamentos orais (terapia-alvo) ou anticorpos monoclonais, com quimioterapias ou com transplante de medula óssea. Nesse último caso, é preciso ter um doador compatível para ser realizado.

 

Como se tornar um doador de medula óssea

O transplante de medula óssea (TMO) é a substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável. Para ser realizado, é preciso encontrar um doador compatível com a do paciente, que pode ou não ser aparentado (de uma pessoa da família).

Por conta da dificuldade em encontrar doadores compatíveis, existe o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Qualquer pessoa pode se cadastrar no Redome e fazer parte da lista de doadores disponíveis em todo o Brasil. Para fazer parte, é simples:

 

– Procure o hemocentro mais próximo de você. Em nossa região, você conta com o Hemonúcleo Regional de Jaú, que fica localizado na estrutura do Hospital Amaral Carvalho;

– O profissional responsável pelo seu atendimento apresentará um termo de consentimento livre e esclarecimento (TCLE) e um formulário para que o voluntário preencha. Neste momento, é preciso apresentar um documento de identidade com foto;

– Seu sangue será coletado para ser analisado por exame de histocompatibilidade (HLA), que identifica suas características genéticas;

– Seus dados pessoais e dados coletados pelo exame serão incluídos no Redome;

– Sempre que um paciente precisar de um transplante de medula óssea, é feita a busca no Redome, onde os seus dados estão armazenados. Quando ocorrer possível compatibilidade com um paciente, você receberá o contato do hospital;

– Caso o desejo da doação seja confirmado, exames complementares serão realizados para avaliação e confirmação;

– Após essas etapas, a data para a realização do procedimento será marcada.

Dezembro Laranja aborda importância dos cuidados para prevenir o câncer de pele

O câncer de pele é o mais frequente no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), certa de 30% dos tumores malignos registrados no país são de pele. Estima-se ainda que cerca de 220 mil casos de câncer de pele não melanoma sejam diagnosticados em 2022, sendo aproximadamente oito mil do tipo melanoma.

Por isso, a importância da campanha Dezembro Laranja, que  tem o objetivo de alertar sobre os sinais da doença e conscientizar sobre os cuidados para preveni-la. Com a aproximação da chegada do verão, os cuidados devem ser redobrados, já que a radiação ultravioleta é o principal fator de risco desse tipo de câncer.

 

Cuidados

De acordo com a dermatologista do HAC Ana Gabriela Salvio, hábitos simples como o uso diário de protetor solar e óculos de sol fazem a diferença e ajudam a prevenir a doença. “A pele é o maior órgão do nosso corpo e, desde a infância, acumula toda a radiação que recebemos. Em longo prazo, os danos podem ser irreversíveis e, por isso, o cuidado deve ser diário”, afirma.

Confira abaixo todos os cuidados que devem ser tomados para prevenir o câncer de pele:

 

Proteja a cabeça: usar boné ou chapéu garante proteção para a cabeça e o rosto;

Proteja os olhos: o uso de óculos com proteção solar é essencial em dias de muito sol;

Diminua as áreas de exposição: invista em peças de roupa que cubram a pele;

Utilize sombrinha ou guarda-sol, use filtro solar na área exposta com fator de proteção maior que 30 e evite a exposição direta ao sol das 10h às 16h.

 

Melanoma

Ainda de acordo com Ana Gabriela Salvio, o câncer de pele melanoma é o tipo mais grave. “O melanoma representa apenas quatro por cento dos tipos de câncer de pele, mas é responsável por 60% das mortes em decorrência de tumores na pele”, explica.

O diagnóstico precoce pode gerar altas chances de sucesso no tratamento. Por isso, a especialista ressalta a importância da atenção de todos com o aparecimento de pintas com as características do ABCDE do melanoma. Conheça a estratégia:

A – assimetria: um lado diferente do outro
B – bordas irregulares ou pouco definidas: contorno que não seja circular ou oval
C – cores variadas: tons de marrom, preto, branco ou vermelho na mesma pinta
D – diâmetro maior que seis milímetros: área comparada à espessura de um lápis
E – evolução: alterações com o passar do tempo

 

O Programa

O Programa de Prevenção do Melanoma tem como objetivo auxiliar no diagnóstico precoce do melanoma, além de orientar a população sobre os fatores de risco para desenvolvimento desse tipo de câncer de pele.

 

Serviço
Rua Rui Barbosa, 374 – Jaú – SP
Telefone: (14) 3602-1200 – ramal 1627
Atendimento somente com agendamento de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h

As principais dúvidas sobre o câncer de próstata

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens. A estimativa, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é de que o câncer de próstata corresponda a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino para o triênio 2020-2023.

 

O que é a próstata?

A próstata é uma glândula presente apenas nos homens, que fica localizada na frente do reto e abaixo da bexiga, envolvendo a parte superior da uretra.

 

O que é o câncer de próstata?

O câncer é causado pelo crescimento descontrolado de células. O tumor de próstata, na maioria dos casos, cresce de forma lenta. Mas, em alguns casos, podem crescer rapidamente e se espalhar para outros órgãos.

 

Quais são os principais fatores de risco?

Idade: o risco de desenvolver o câncer de próstata aumenta com o avançar da idade. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove tem mais de 55 anos.
Histórico de câncer na família: homens cujo pai ou irmão que teve câncer.

Raça: homens que se enquadram na raça negra.

 

 

Quais são os sinais e sintomas?

Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas.

 

Quais exames são utilizados para investigar o câncer de próstata?

Exame de toque retal: o médico avalia tamanho, forma e textura da próstata, a procura de nódulos.

 

Exame de PSA: é um exame de sangue utilizado para rastreio de câncer de próstata, que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata, o Antígeno Prostático Específico (PSA). Níveis altos dessa proteína podem indicar a presença de doenças da próstata.

 

Homens sem sintomas precisam fazer exames para o câncer de próstata?

Sim. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que os homens façam exames de próstata periodicamente a partir dos 50 anos para quem não possui histórico familiar, e 45 anos para quem possui fatores de risco.

 

O tratamento do câncer de próstata causa impotência?

Em alguns casos, a cirurgia pode afetar os nervos que rodeiam a próstata e que controlam a ereção peniana. A localização,  tamanho do tumor e o tratamento são variantes consideráveis que podem ou não causar essa sequela. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial.

 

Todos os casos de câncer de próstata precisam de cirurgia?

Não. O tratamento indicado pelo seu médico vai levar em consideração a idade do paciente, tamanho e estadiamento do tumor, sinais e sintomas apresentados, entre outros fatores. São opções de tratamento: cirurgia, radioterapia, terapia hormonal, ou mesmo observação vigilante.

Câncer do endométrio: tudo o que você precisa saber

O Programa de Prevenção do Câncer Ginecológico do Hospital Amaral Carvalho (HAC) comemora 26 anos em 2022 e desempenha papel fundamental na detecção precoce e tratamento do câncer em mulheres.

Em última análise do Instituto Nacional do Câncer, o Brasil teve 6.540 novos casos de câncer uterino (2020 – INCA), sendo 1.944 casos fatais (2020 – Atlas de Mortalidade por Câncer).

O útero é dividido em duas partes principais: a superior e o colo, que é a extremidade inferior do útero que se estende até a vagina. O corpo do útero possui, ainda, duas camadas: a externa do músculo, chamada de miométrio, e a interna (ou revestimento) chamada endométrio, local acometido pelo câncer do endométrio, tema deste artigo.

 

Fatores de risco

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer do endométrio são: obesidade, diabetes, predisposição genética, falta de ovulação, menarca precoce (primeira menstruação), menopausa tardia, tratamentos hormonais para a menopausa, nuliparidade (nunca ter engravidado), uso de radiação para tratamentos na região, síndrome do ovário policístico, síndrome de Lynch e hiperplasia endometrial. Dieta com elevada carga glicêmica ou com muitos produtos processados também aumentam o risco para esse e outros tipos de câncer.

Sintomas

O sintoma mais comum do câncer de endométrio é o sangramento vaginal anormal, ou seja, quando acontece fora do ciclo menstrual correto, ou se o fluxo sanguíneo está mais intenso. Para mulheres que já se encontram na menopausa, qualquer sangramento após um ano deve ser considerado fora do normal. Outro sintoma que pode sugerir a doença é a dor pélvica, cansaço excessivo, perda de peso e de apetite.

Diagnóstico e tratamento

Alguns exames que permitem a visualização do útero podem auxiliar no diagnóstico do câncer do endométrio. A histeroscopia é a principal delas.

As pacientes de câncer do endométrio podem passar por diferentes tipos de tratamento, dependendo do estadiamento da doença e das condições da paciente. Os tratamentos mais comuns são: cirurgia (remoção do câncer por meio de procedimento cirúrgico), radioterapia e quimioterapia.

Prevenção

A principal forma de prevenir qualquer tipo de câncer é manter-se saudável com relação à alimentação e atividade física, evitando assim vários fatores de risco. E para identificar precocemente o câncer do endométrio, manter a rotina de visitas ao ginecologista é primordial, além de observar constantemente qualquer anomalia em seu ciclo menstrual.

Serviço

As mulheres com câncer de endométrio são atendidas junto à equipe ginecológica do HAC. Para mulheres residentes em Jaú, o hospital possui o programa de Prevenção do Câncer Ginecológico e o Centro de Histeroscopia, que realiza o exame nas mulheres que possuem sintomas indicativos para esse câncer.

O HAC é referência no tratamento oncológico e atende cerca de 70 mil pacientes por ano de todo o Brasil. São mais de um milhão de procedimentos e 17 mil cirurgias realizadas anualmente.

O Instituto de Prevenção Ginecológica do HAC fica na Rua Rui Barbosa, 374. Para mais informações ligue: (14) 3602-1241 ou (14) 3602-1398.

 

Programa de Prevenção do Melanoma do Hospital Amaral Carvalho comemora 15 anos

O Programa de Prevenção do Melanoma do Hospital Amaral Carvalho, que orienta a população da cidade e da região sobre esse e outros tipos de câncer de pele, está completando 15 anos. O serviço faz a avaliação da pele gratuitamente em pessoas com lesões suspeitas, que são encaminhadas para tratamento no próprio hospital quando detectada a doença. A importância do programa para a região está nos números já alcançados: já foram 36 mil pessoas orientadas, mais de 9 mil alunos que receberam a palestra do programa e mais de 140 melanomas detectados precocemente, o  que proporcionou maiores chances de cura.

Para marcar a data, o programa desenvolveu um cronograma de ações externas e internas. No último sábado, 22 de outubro, um café da manhã foi realizado para a equipe interna, imprensa e convidados, com apresentação do novo vídeo institucional do programa.“É uma grande satisfação poder completar 15 anos do programa de rastreio e diagnóstico do melanoma e poder alcançar os resultados positivos, com a diminuição dos casos graves e aumento da sobrevida na população local”, contou Ana Gabriela Salvio, dermatologista responsável pelo programa.

A secretária da Saúde de Jaú, Ana Paula Rodrigues, destacou a importância do programa.  “É muito importante essa parceria entre o Programa de Prevenção do Melanoma e as unidades básicas de saúde, onde as pessoas recebem o primeiro atendimento e tem o encaminhamento, com diagnóstico e tratamento muito rápido e ágil”, explicou.

Para a médica Lenira Maria Queiroz Mauad, os programas de prevenção são essenciais para diminuir os casos graves do câncer. “Os programas de prevenção mantidos pela Fundação Amaral Carvalho demonstram o quanto a Instituição se preocupa com a população, indo além do tratamento e transformando milhares de vidas.”

Outras ações já foram realizadas para comemorar a data. No dia 8 deste mês, a equipe do programa e voluntários do grupo Remédicos do Riso realizaram uma ação de orientação sobre o melanoma no Parque do Rio Jahu e mais de 100 pessoas participaram da atividade. Já no dia 11 também deste mês, alunos dos cursos de Enfermagem e Educação Física das Faculdades Integradas de Jaú (FIJ) receberam a visita da equipe do projeto. A ação de abordagem e orientação ainda vai se repetir no dia 29 de outubro, no Supermercado Confiança.

Confira as fotos do Café da Manhã em comemoração aos 15 anos do Programa de Prevenção do Melanoma

Pró-Mama, programa de prevenção do HAC, facilita o acesso ao rastreamento da doença

Descobrir o câncer ainda em fase inicial pode aumentar consideravelmente as chances de cura e proporcionar tratamentos menos invasivos, assegurando a qualidade de vida dos pacientes. Essa regra é válida para muitos tipos de câncer, inclusive o de mama. Por isso, é importante realizar o rastreamento, com visitas frequentes ao especialista e exames preventivos, para diagnóstico precoce da doença.

 Os tumores mamários são os mais incidentes na população feminina no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados mais de 66 mil casos da doença para este ano.

 Para garantir a detecção precoce do câncer de mama, o Hospital Amaral Carvalho desenvolve o Pró-Mama, programa de prevenção realizado em parceria com a Prefeitura Municipal de Jaú. Pacientes com sintomas ou que façam parte dos grupos de risco devem buscar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município e, se for necessário, são encaminhadas pelo médico para atendimento com mastologista e investigação inicial no HAC.

“O objetivo é facilitar o acesso dessas mulheres ao rastreamento, aos exames e realizar o diagnóstico precoce, mudando completamente o curso do tratamento e o futuro dessas pacientes”, comenta a diretora de Desenvolvimento em Saúde, Cristina Moro.

 

Outras iniciativas

O HAC participa também do programa do Governo do Estado de São Paulo “Mulheres de Peito”, que disponibiliza mamografias gratuitas para mulheres paulistas que estejam dentro da faixa etária recomendada para o exame (50 a 69 anos). As pacientes devem entrar em contato com a Central de Atendimento, pelo telefone 0800 779 0000, de segunda a sexta-feira das 8h às 17h, para agendar o serviço. Não é necessário pedido médico e a mulher pode fazer o procedimento a cada dois anos.

A mamografia é considerada o exame de imagem padrão ouro rastreamento e diagnóstico do câncer de mama. O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia seja realizada por mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos. Pacientes com histórico de doença na família devem iniciar o rastreamento antes, a partir dos 45 anos.

 Além disso, o Departamento Regional de Saúde (DRS) VI oferece mamografias para pacientes da região de Bauru gratuitamente. Mulheres que se enquadrem na faixa etária, tenham sintomas ou fatores de risco devem procurar atendimento médico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de seu município. O médico avaliará a necessidade do procedimento e o encaminhamento ao serviço.

Estela Capra

Outubro rosa: câncer de mama, diagnóstico precoce e superação

Outubro Rosa é uma campanha internacional que tem como objetivo conscientizar e incentivar o diagnóstico precoce do câncer de mama. A ação, que percorre todo o mês de outubro, teve início em 1990, quando a Fundação Susan G. Komen for the Cure, nos Estados Unidos, promoveu a primeira “Corrida pela Cura”, e utilizou o laço na cor rosa como símbolo da campanha. No Brasil, a primeira iniciativa do Outubro Rosa se deu em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado de rosa.

 

O câncer de mama

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 66.280 novos casos de câncer de mama no Brasil em 2022. Fica atrás apenas do câncer de pele não melanoma entre os mais frequentes nas mulheres de todo o país.

O crescimento desordenado das células que podem provocar tumores na mama será o responsável por mais de 18 mil mortes neste ano, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer, do Inca.

No entanto, o isolamento causado por conta da pandemia da Covid-19 e o receio da contaminação fizeram com que muitas mulheres deixassem de ir às unidades de saúde para exames de rotina ou atendimento médico, prejudicando o diagnóstico precoce. De acordo com dados do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) do Hospital Amaral Carvalho, foram registrados 182 novos casos de câncer de mama em estágio avançado em 2020, aumento proporcional de 3,4% em relação a 2019.

 

 Fatores de risco

A idade é um dos fatores de risco mais importantes: quatro a cada cinco casos registrados ocorrem a partir dos 50 anos, conforme dados do Inca. Obesidade, sedentarismo, menopausa tardia e frequente exposição a radiações ionizantes são outras possíveis causas.

Mas, sem um fator único de risco, esse tipo de câncer também pode estar relacionado às questões genéticas, como mutação de alguns genes, ou hereditariedade, quando há casos de câncer na família, por exemplo.

 

 Sinais de alerta e sintomas

De acordo com o Ministério da Saúde, na maior parte dos casos em que o câncer de mama já se encontra com manifestações clínicas, o principal sinal é o nódulo palpável na mama. Mas, existem outros sintomas que podem indicar sua presença e que precisam ser reconhecidos. São eles:

– Retrações de pele e do mamilo

– Secreção aquosa ou sanguinolenta pelo mamilo

– Vermelhidão da pele

– Pequenos nódulos nas axilas e/ou pescoço

– Mamilo invertido

– Inchaço parcial ou na mama inteira

– Dor na mama e/ou mamilo

– Irritação na pele da mama

 

 Prevenção

Para prevenir o câncer de mama, é recomendado manter hábitos saudáveis como a prática de atividade física e alimentação equilibrada. O aleitamento também contribui para evitar a doença: amamentar pelo tempo máximo possível é um importante fator de proteção.

Evitar o uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal, também é uma forma de prevenção desse tipo de câncer.

Como na maioria dos casos oncológicos, o diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta as chances de cura e da realização de procedimentos menos invasivos. Ferramentas importantes para a detecção em fase inicial são os exames de rastreamento, que devem ser solicitados pelo médico, quando necessário.

A mamografia é o exame de imagem considerado padrão ouro na avaliação de doenças mamárias, mas é necessário estar associada à avaliação médica e complementada com outros exames, como ultrassonografia.

 

Quando fazer a mamografia?

A mamografia de rastreamento é o exame de rotina em mulheres que não possuem sinais ou sintomas de câncer de mama. A recomendação do Ministério da Saúde é para que mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos realizem o exame a cada dois anos.

A mulher que está fora da faixa etária recomendada para fazer a mamografia de rastreamento, pode incluir na sua rotina de check up uma visita a um médico mastologista. Além disso, recomenda-se que a postura atenta aos sintomas seja base para um possível diagnóstico precoce. Ao identificar qualquer sinal, deve-se procurar a unidade de saúde para realizar consulta e receber possível encaminhamento para a realização de exames.

 Serviço

O Hospital Amaral Carvalho mantém o Pró-Mama, programa voltado para auxiliar no diagnóstico precoce do câncer de mama. O serviço atende mulheres com encaminhamento médico dos postos de saúde para realização de consulta e exames como mamografia e ultrassonografia. Orientações e informações pelo telefone (14) 3602-1307.

 

Uma história de superação

Luciana Veloso Florêncio, 42 anos, mora em Itapeva/SP. Começou a suspeitar que havia algo errado com sua mama esquerda em junho de 2021. “Percebi, no banho, que minha mama esquerda estava diferente com relação à direita, com uma leve retração”, contou Luciana. Para ponderar se era apenas uma impressão ou realmente tinha algo errado, Luciana pediu para sua filha e sua irmã opinarem. “Elas também perceberam a diferença e então, meu esposo logo me levou até uma unidade básica de saúde da minha cidade”.

Entre mamografia, ultrassom e biópsia, teve a primeira confirmação da existência de uma neoplasia. Encaminhada para uma profissional mastologista para dar prosseguimento à investigação e diagnóstico, foi direcionada para o Hospital Amaral Carvalho. “Em setembro de 2021, tive todos os exames refeitos, agora no Hospital Amaral Carvalho, e então recebi a confirmação: um carcinoma ductal invasivo na mama esquerda”.

 

Tratamento

Luciana iniciou o tratamento com 16 sessões de quimioterapia. “Tive sintomas leves durante a quimioterapia, se comparar com outros pacientes. A única dificuldade foi durante uma queda de imunidade que necessitou de internação, mas tive uma recuperação rápida”, contou Luciana.

Já em relação à cirurgia de retirada do tumor, Luciana recebeu uma excelente notícia. “O médico me informou pessoalmente que eu poderia passar pela oncoplastia, que é a retirada do tumor e correção estética feita ao mesmo tempo. Eu fiquei muito feliz, com esperança de ter minha auto estima renovada, e senti muita gratidão”.

A oncoplastia mamária é a cirurgia plástica realizada durante o procedimento de retirada de tumor mamário, permitindo assim que aconteça a reparação imediata da mama acometida. Nesse procedimento, o seio saudável pode passar por reparos para garantir a simetria das mamas.

Recuperada da cirurgia, Luciana se prepara para iniciar a última fase do tratamento, que incluirá 16 sessões de radioterapia.

Feliz e com sua esperança restabelecida, ela manda um recado para todas as mulheres: “não tenham medo, pois o diagnóstico precoce é o melhor caminho para vencer o câncer. Ao menor sinal, procure um médico, e confie no processo, pois dará tudo certo”.

 Thais Moraes

Curso de oncoplastia realizado no HAC atualiza mastologistas de todo o país

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) oferece o Curso de Oncoplastia e Reconstrução Mamária, em pareceria com o Hospital Amaral Carvalho (HAC). A SBM promove esse curso em apenas dois locais no Brasil, aqui no HAC e também em Goiânia, no Hospital Araújo Jorge.

“A SBM buscava desenvolver esse curso em hospitais com estrutura para criar verdadeiros centros de formação em oncoplastia, e o Hospital Amaral Carvalho ofereceu as condições ideais para que essa parceria fosse concretizada, ofertando assim um grande salto para a carreira de mastologistas de todo o Brasil, e ainda contemplando pacientes do nosso Hospital”, explicou Dr. Ailton Joioso, mastologista coordenador local do curso.

A oncoplastia é um dos ramos que hoje está implementado na prática diária do tratamento de câncer de mama, visando minimizar as deformidades e as agressões físicas e psicológicas que podem ocorrer durante o tratamento. É uma nova forma de tratar esse tipo de câncer, onde busca-se evitar a mutilação agressiva e visa reconstruir e reparar o dano que não pode ser evitado.

“Esse novo olhar da oncoplastia é um caminho sem volta, entendemos como obrigação da área essa evolução essencial para promover melhores resultados e proporcionar mais qualidade de vida para os pacientes. E estamos em uma crescente: há oito anos, as reconstruções feitas no Brasil eram de 8%. Hoje, estamos perto de 32%”, enfatizou Dr. Maurício Resende, mastologista coordenador nacional do curso.

O curso tem como principal objetivo aumentar significativamente o número de médicos mastologistas especialistas em oncoplastia, para que mais cidades do Brasil possam contar com essa solução avançada e assim levar qualidade de vida a mais mulheres acometidas pelo câncer de mama.

A oncoplastia

A oncoplastia mamária é a cirurgia plástica realizada durante o procedimento de retirada de tumor mamário, permitindo assim que aconteça a reparação imediata da mama acometida. Nesse procedimento, o seio saudável pode passar por reparos para garantir a simetria das mamas.

Já a reconstrução mamária acontece quando há a perda parcial ou total da mama, geralmente feita meses após a mastectomia, com foco na reposição do volume perdido e não necessariamente na estética das mamas. Esse procedimento não envolve a mama saudável.

“A mama é um órgão de identificação da mulher, da feminilidade. Muitas vezes, quando a paciente passa pelo câncer de mama e é acometida pela retirada parcial ou integral do seio, seu psicológico e autoestima são altamente afetados. Passar por reparos estéticos ainda durante a retirada do tumor é essencial para a recuperação psicológica e social da paciente”, conta Dr. João Ricardo Paloschi, coordenador local do curso.

Luciana Veloso Florencio, 42 anos, de Itapeva/SP, começou sua batalha contra o câncer de mama em setembro de 2021. Em julho de 2022, passou pela oncoplastia pela equipe do 4º Curso de Oncoplastia e Reconstrução Mamária realizado aqui no HAC. ‘’Eu tinha medo de precisar passar por duas cirurgias, a de retirada do tumor e outra para reconstruir, e confesso que se fosse o caso, não faria. Mas o Dr. Paloschi me deu a ótima notícia que eu tinha todos os pré-requisitos para fazer a oncoplastia. Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido e hoje me olho no espelho e me sinto eu mesma”, contou Luciana.

A mastologista Talita Giuzio, de Campinas/SP, decidiu se inscrever no curso para poder oferecer melhores resultados para suas pacientes. “Poder unir o tratamento oncológico com a estética é poder proporcionar mais esperança para as mulheres nessas condições”, disse a aluna do 4º curso.

Como se inscrever

O curso é destinado para mastologistas de todo o Brasil que buscam se especializar em oncoplastia, e visam oferecer qualidade de vida para seus pacientes.  Está sendo realizado atualmente no 4º Curso. Cada turma é composta por 12 mastologistas, ou seja, até o momento, o curso especializou o total de 48 mastologistas em oncoplastia. 

Para fazer parte do próximo curso, basta procurar a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), para receber as informações e poder se inscrever. Os 12 médicos de cada turma são selecionados de acordo com avaliação curricular.

Thais Moraes

Novo protocolo para tratamento de câncer de pele otimiza o tempo do paciente e tem melhores respostas

Reduzir o tempo de permanência dos pacientes dentro das unidades hospitalares e o número de retornos, evitando questões relacionadas ao deslocamento. Esse era o objetivo da médica dermatologista responsável pelo Departamento de Pele do Hospital Amaral Carvalho, Ana Gabriela Salvio.

Para isso, ela e sua equipe propuseram um novo protocolo para tratamento de câncer de pele com a terapia fotodinâmica (PDT), que consiste na redução do intervalo entre as aplicações, que antes era de uma semana e agora é de algumas horas.

O estudo foi publicado recentemente no periódico britânico Photodiagnosis and Photodynamic Therapy da plataforma Science Direct, da Elsevier, empresa internacional voltada para publicações científicas. 

Antes, os pacientes aptos ao tratamento com a terapia fotodinâmica (PDT) eram submetidos à curetagem e recebiam uma dose de medicamento no local. Após três horas, era realizada a primeira sessão de iluminação e o paciente era liberado para ir para casa, com retorno previsto depois de uma semana para a segunda sessão do procedimento.

“Nós propusemos otimizar o tempo de permanência do paciente no hospital. Ao invés de fazer o tratamento e retornar depois de alguns dias para a segunda etapa, o novo protocolo, chamado de Single Visit, que em português quer dizer visita única, prevê que o paciente faça o tratamento todo no mesmo dia”, comenta a médica. Além de agilizar o tratamento, o protocolo apresentou bons resultados de eficiência.

Como é o caso do paciente Taciano Vicente Gomes, de 80 anos. Ele está em tratamento de um câncer de pele no Hospital Amaral Carvalho há alguns meses. Para chegar ao hospital, o Sr. Taciano e a esposa precisaram sair de casa no dia anterior ao atendimento, por volta das 19h. São 470 quilômetros de estrada e mais de seis horas de viagem de Bataguassu, no Estado de Mato Grosso do Sul, até Jaú. “Chegamos no começo da madrugada e ficamos aguardando o atendimento”, comenta.

O paciente ressalta que, embora goste muito do atendimento recebido no HAC, ter a oportunidade de vir menos vezes é um grande benefício. “Não temos lá perto uma Instituição que ofereça o tratamento que recebemos aqui. Então, vir até aqui é muito bom, é a chance da cura. Mas, confesso que a viagem é cansativa. Vamos descansar somente quando chegar em casa agora. Vir uma vez e fazer tudo no mesmo dia é muito melhor”, acrescenta.


Resultados


O estudo mostra resultados animadores já nos primeiros 30 dias após o tratamento. Por meio de biópsia, foi confirmada a taxa de cura de 85% no protocolo padrão, enquanto que no novo protocolo Single Visit foi de 93,3%, mostrando já na primeira avaliação, após um mês, melhor resposta nesse novo método de tratamento.

As pesquisas apontaram também que os pacientes relataram menos dor na segunda sessão no protocolo de visita única, quando comparada ao outro modelo de tratamento. “Notamos que, a longo prazo, os resultados são superiores ao protocolo padrão, dando importante segurança ao método. Assim, oferecemos um tratamento mais eficiente e confortável, com menos dor, aos pacientes”, conclui a médica.

 

Câncer de ovário: tudo o que você precisa saber

O câncer de ovário é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum entre as mulheres, atrás apenas dos tumores que atingem o colo do útero. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são estimados um pouco mais de seis mil novos casos por ano no Brasil. A neoplasia é considerada uma das mais letais que atingem as mulheres, sendo a causa de morte de aproximadamente 3,9 mil pacientes todos os anos.

Fatores de risco

A idade é considerada um fator de risco para a doença, já que a incidência aumenta com o avanço da idade. No entanto, há alguns fatores hormonais e reprodutivos que também aumentam o risco de desenvolvimento desse tipo de tumor, como mulheres com infertilidade e aquelas que nunca tiveram filhos. Algumas mutações genéticas também entram na lista de fatores de risco para o tumor.

Além disso, a primeira menstruação precoce e a menopausa tardia, após os 52 anos, também podem estar associadas ao risco do câncer de ovário. Mulheres com histórico familiar de câncer de ovário, colorretal e de mama, ou com excesso de gordura corporal, também têm um risco maior de desenvolver a doença.

Sintomas

A doença é considerada silenciosa e costuma apresentar sintomas à medida que o tumor cresce. Os sintomas mais comuns são pressão, inchaço ou dor no abdômen, pelve, pernas ou costas, indigestão, cansaço constante, prisão de ventre ou diarreia e náuseas.

Diagnóstico

O câncer de ovário tem altas taxas de letalidade, principalmente porque o diagnóstico é feito tardiamente, já que no início a doença costuma não apresentar sintomas. No entanto, quando descoberta em estágios iniciais, as chances de cura aumentam consideravelmente. Por isso, é importante visitar regulamente um médico especialista.

Tratamento

O tratamento pode ser feito com cirurgia ou quimioterapia e a escolha vai depender do tipo do tumor, estadiamento e das condições da paciente.

Prevenção

Manter o peso corporal adequado é optar por hábitos saudáveis são fatores que auxiliam não só na prevenção do câncer de ovário, mas de muitos outros tipos da doença. É importante que as mulheres se atentem aos fatores de risco e consultem regularmente um médico, principalmente após os 50 anos. Mulheres com histórico familiar – parentes de primeiro grau (mãe e irmãs) com câncer de ovário – ou nas quais são diagnosticadas herança genética, podem beneficiar-se de cirurgia citorredutora de risco, que consiste na retirada dos ovários e das trompas.

Outra medida de impacto tem sido a retirada das trompas durante cirurgias ginecológicas benignas como histerectomia (retirada do útero) e quando houver indicação de contracepção cirúrgica (no lugar da ligadura das trompas).

Serviço

As mulheres com câncer de ovário são atendidas junto à equipe ginecológica do Hospital Amaral Carvalho. Para mulheres residentes em Jaú, o hospital possui o programa de Prevenção do Câncer Ginecológico que desempenha papel fundamental na detecção precoce e tratamento do câncer, principalmente do colo do útero.

O HAC é referência no tratamento oncológico e atende cerca de 70 mil pacientes por ano de todo o Brasil. São mais de um milhão de procedimentos e 17 mil cirurgias realizadas anualmente.

 Estela Capra