Curso de oncoplastia realizado no HAC atualiza mastologistas de todo o país

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) oferece o Curso de Oncoplastia e Reconstrução Mamária, em pareceria com o Hospital Amaral Carvalho (HAC). A SBM promove esse curso em apenas dois locais no Brasil, aqui no HAC e também em Goiânia, no Hospital Araújo Jorge.

“A SBM buscava desenvolver esse curso em hospitais com estrutura para criar verdadeiros centros de formação em oncoplastia, e o Hospital Amaral Carvalho ofereceu as condições ideais para que essa parceria fosse concretizada, ofertando assim um grande salto para a carreira de mastologistas de todo o Brasil, e ainda contemplando pacientes do nosso Hospital”, explicou Dr. Ailton Joioso, mastologista coordenador local do curso.

A oncoplastia é um dos ramos que hoje está implementado na prática diária do tratamento de câncer de mama, visando minimizar as deformidades e as agressões físicas e psicológicas que podem ocorrer durante o tratamento. É uma nova forma de tratar esse tipo de câncer, onde busca-se evitar a mutilação agressiva e visa reconstruir e reparar o dano que não pode ser evitado.

“Esse novo olhar da oncoplastia é um caminho sem volta, entendemos como obrigação da área essa evolução essencial para promover melhores resultados e proporcionar mais qualidade de vida para os pacientes. E estamos em uma crescente: há oito anos, as reconstruções feitas no Brasil eram de 8%. Hoje, estamos perto de 32%”, enfatizou Dr. Maurício Resende, mastologista coordenador nacional do curso.

O curso tem como principal objetivo aumentar significativamente o número de médicos mastologistas especialistas em oncoplastia, para que mais cidades do Brasil possam contar com essa solução avançada e assim levar qualidade de vida a mais mulheres acometidas pelo câncer de mama.

A oncoplastia

A oncoplastia mamária é a cirurgia plástica realizada durante o procedimento de retirada de tumor mamário, permitindo assim que aconteça a reparação imediata da mama acometida. Nesse procedimento, o seio saudável pode passar por reparos para garantir a simetria das mamas.

Já a reconstrução mamária acontece quando há a perda parcial ou total da mama, geralmente feita meses após a mastectomia, com foco na reposição do volume perdido e não necessariamente na estética das mamas. Esse procedimento não envolve a mama saudável.

“A mama é um órgão de identificação da mulher, da feminilidade. Muitas vezes, quando a paciente passa pelo câncer de mama e é acometida pela retirada parcial ou integral do seio, seu psicológico e autoestima são altamente afetados. Passar por reparos estéticos ainda durante a retirada do tumor é essencial para a recuperação psicológica e social da paciente”, conta Dr. João Ricardo Paloschi, coordenador local do curso.

Luciana Veloso Florencio, 42 anos, de Itapeva/SP, começou sua batalha contra o câncer de mama em setembro de 2021. Em julho de 2022, passou pela oncoplastia pela equipe do 4º Curso de Oncoplastia e Reconstrução Mamária realizado aqui no HAC. ‘’Eu tinha medo de precisar passar por duas cirurgias, a de retirada do tumor e outra para reconstruir, e confesso que se fosse o caso, não faria. Mas o Dr. Paloschi me deu a ótima notícia que eu tinha todos os pré-requisitos para fazer a oncoplastia. Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido e hoje me olho no espelho e me sinto eu mesma”, contou Luciana.

A mastologista Talita Giuzio, de Campinas/SP, decidiu se inscrever no curso para poder oferecer melhores resultados para suas pacientes. “Poder unir o tratamento oncológico com a estética é poder proporcionar mais esperança para as mulheres nessas condições”, disse a aluna do 4º curso.

Como se inscrever

O curso é destinado para mastologistas de todo o Brasil que buscam se especializar em oncoplastia, e visam oferecer qualidade de vida para seus pacientes.  Está sendo realizado atualmente no 4º Curso. Cada turma é composta por 12 mastologistas, ou seja, até o momento, o curso especializou o total de 48 mastologistas em oncoplastia. 

Para fazer parte do próximo curso, basta procurar a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), para receber as informações e poder se inscrever. Os 12 médicos de cada turma são selecionados de acordo com avaliação curricular.

Thais Moraes

Novo protocolo para tratamento de câncer de pele otimiza o tempo do paciente e tem melhores respostas

Reduzir o tempo de permanência dos pacientes dentro das unidades hospitalares e o número de retornos, evitando questões relacionadas ao deslocamento. Esse era o objetivo da médica dermatologista responsável pelo Departamento de Pele do Hospital Amaral Carvalho, Ana Gabriela Salvio.

Para isso, ela e sua equipe propuseram um novo protocolo para tratamento de câncer de pele com a terapia fotodinâmica (PDT), que consiste na redução do intervalo entre as aplicações, que antes era de uma semana e agora é de algumas horas.

O estudo foi publicado recentemente no periódico britânico Photodiagnosis and Photodynamic Therapy da plataforma Science Direct, da Elsevier, empresa internacional voltada para publicações científicas. 

Antes, os pacientes aptos ao tratamento com a terapia fotodinâmica (PDT) eram submetidos à curetagem e recebiam uma dose de medicamento no local. Após três horas, era realizada a primeira sessão de iluminação e o paciente era liberado para ir para casa, com retorno previsto depois de uma semana para a segunda sessão do procedimento.

“Nós propusemos otimizar o tempo de permanência do paciente no hospital. Ao invés de fazer o tratamento e retornar depois de alguns dias para a segunda etapa, o novo protocolo, chamado de Single Visit, que em português quer dizer visita única, prevê que o paciente faça o tratamento todo no mesmo dia”, comenta a médica. Além de agilizar o tratamento, o protocolo apresentou bons resultados de eficiência.

Como é o caso do paciente Taciano Vicente Gomes, de 80 anos. Ele está em tratamento de um câncer de pele no Hospital Amaral Carvalho há alguns meses. Para chegar ao hospital, o Sr. Taciano e a esposa precisaram sair de casa no dia anterior ao atendimento, por volta das 19h. São 470 quilômetros de estrada e mais de seis horas de viagem de Bataguassu, no Estado de Mato Grosso do Sul, até Jaú. “Chegamos no começo da madrugada e ficamos aguardando o atendimento”, comenta.

O paciente ressalta que, embora goste muito do atendimento recebido no HAC, ter a oportunidade de vir menos vezes é um grande benefício. “Não temos lá perto uma Instituição que ofereça o tratamento que recebemos aqui. Então, vir até aqui é muito bom, é a chance da cura. Mas, confesso que a viagem é cansativa. Vamos descansar somente quando chegar em casa agora. Vir uma vez e fazer tudo no mesmo dia é muito melhor”, acrescenta.


Resultados


O estudo mostra resultados animadores já nos primeiros 30 dias após o tratamento. Por meio de biópsia, foi confirmada a taxa de cura de 85% no protocolo padrão, enquanto que no novo protocolo Single Visit foi de 93,3%, mostrando já na primeira avaliação, após um mês, melhor resposta nesse novo método de tratamento.

As pesquisas apontaram também que os pacientes relataram menos dor na segunda sessão no protocolo de visita única, quando comparada ao outro modelo de tratamento. “Notamos que, a longo prazo, os resultados são superiores ao protocolo padrão, dando importante segurança ao método. Assim, oferecemos um tratamento mais eficiente e confortável, com menos dor, aos pacientes”, conclui a médica.