Pró-Mama, programa de prevenção do HAC, facilita o acesso ao rastreamento da doença

Descobrir o câncer ainda em fase inicial pode aumentar consideravelmente as chances de cura e proporcionar tratamentos menos invasivos, assegurando a qualidade de vida dos pacientes. Essa regra é válida para muitos tipos de câncer, inclusive o de mama. Por isso, é importante realizar o rastreamento, com visitas frequentes ao especialista e exames preventivos, para diagnóstico precoce da doença.

 Os tumores mamários são os mais incidentes na população feminina no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados mais de 66 mil casos da doença para este ano.

 Para garantir a detecção precoce do câncer de mama, o Hospital Amaral Carvalho desenvolve o Pró-Mama, programa de prevenção realizado em parceria com a Prefeitura Municipal de Jaú. Pacientes com sintomas ou que façam parte dos grupos de risco devem buscar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município e, se for necessário, são encaminhadas pelo médico para atendimento com mastologista e investigação inicial no HAC.

“O objetivo é facilitar o acesso dessas mulheres ao rastreamento, aos exames e realizar o diagnóstico precoce, mudando completamente o curso do tratamento e o futuro dessas pacientes”, comenta a diretora de Desenvolvimento em Saúde, Cristina Moro.

 

Outras iniciativas

O HAC participa também do programa do Governo do Estado de São Paulo “Mulheres de Peito”, que disponibiliza mamografias gratuitas para mulheres paulistas que estejam dentro da faixa etária recomendada para o exame (50 a 69 anos). As pacientes devem entrar em contato com a Central de Atendimento, pelo telefone 0800 779 0000, de segunda a sexta-feira das 8h às 17h, para agendar o serviço. Não é necessário pedido médico e a mulher pode fazer o procedimento a cada dois anos.

A mamografia é considerada o exame de imagem padrão ouro rastreamento e diagnóstico do câncer de mama. O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia seja realizada por mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos. Pacientes com histórico de doença na família devem iniciar o rastreamento antes, a partir dos 45 anos.

 Além disso, o Departamento Regional de Saúde (DRS) VI oferece mamografias para pacientes da região de Bauru gratuitamente. Mulheres que se enquadrem na faixa etária, tenham sintomas ou fatores de risco devem procurar atendimento médico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de seu município. O médico avaliará a necessidade do procedimento e o encaminhamento ao serviço.

Estela Capra

Outubro rosa: câncer de mama, diagnóstico precoce e superação

Outubro Rosa é uma campanha internacional que tem como objetivo conscientizar e incentivar o diagnóstico precoce do câncer de mama. A ação, que percorre todo o mês de outubro, teve início em 1990, quando a Fundação Susan G. Komen for the Cure, nos Estados Unidos, promoveu a primeira “Corrida pela Cura”, e utilizou o laço na cor rosa como símbolo da campanha. No Brasil, a primeira iniciativa do Outubro Rosa se deu em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado de rosa.

 

O câncer de mama

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 66.280 novos casos de câncer de mama no Brasil em 2022. Fica atrás apenas do câncer de pele não melanoma entre os mais frequentes nas mulheres de todo o país.

O crescimento desordenado das células que podem provocar tumores na mama será o responsável por mais de 18 mil mortes neste ano, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer, do Inca.

No entanto, o isolamento causado por conta da pandemia da Covid-19 e o receio da contaminação fizeram com que muitas mulheres deixassem de ir às unidades de saúde para exames de rotina ou atendimento médico, prejudicando o diagnóstico precoce. De acordo com dados do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) do Hospital Amaral Carvalho, foram registrados 182 novos casos de câncer de mama em estágio avançado em 2020, aumento proporcional de 3,4% em relação a 2019.

 

 Fatores de risco

A idade é um dos fatores de risco mais importantes: quatro a cada cinco casos registrados ocorrem a partir dos 50 anos, conforme dados do Inca. Obesidade, sedentarismo, menopausa tardia e frequente exposição a radiações ionizantes são outras possíveis causas.

Mas, sem um fator único de risco, esse tipo de câncer também pode estar relacionado às questões genéticas, como mutação de alguns genes, ou hereditariedade, quando há casos de câncer na família, por exemplo.

 

 Sinais de alerta e sintomas

De acordo com o Ministério da Saúde, na maior parte dos casos em que o câncer de mama já se encontra com manifestações clínicas, o principal sinal é o nódulo palpável na mama. Mas, existem outros sintomas que podem indicar sua presença e que precisam ser reconhecidos. São eles:

– Retrações de pele e do mamilo

– Secreção aquosa ou sanguinolenta pelo mamilo

– Vermelhidão da pele

– Pequenos nódulos nas axilas e/ou pescoço

– Mamilo invertido

– Inchaço parcial ou na mama inteira

– Dor na mama e/ou mamilo

– Irritação na pele da mama

 

 Prevenção

Para prevenir o câncer de mama, é recomendado manter hábitos saudáveis como a prática de atividade física e alimentação equilibrada. O aleitamento também contribui para evitar a doença: amamentar pelo tempo máximo possível é um importante fator de proteção.

Evitar o uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal, também é uma forma de prevenção desse tipo de câncer.

Como na maioria dos casos oncológicos, o diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta as chances de cura e da realização de procedimentos menos invasivos. Ferramentas importantes para a detecção em fase inicial são os exames de rastreamento, que devem ser solicitados pelo médico, quando necessário.

A mamografia é o exame de imagem considerado padrão ouro na avaliação de doenças mamárias, mas é necessário estar associada à avaliação médica e complementada com outros exames, como ultrassonografia.

 

Quando fazer a mamografia?

A mamografia de rastreamento é o exame de rotina em mulheres que não possuem sinais ou sintomas de câncer de mama. A recomendação do Ministério da Saúde é para que mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos realizem o exame a cada dois anos.

A mulher que está fora da faixa etária recomendada para fazer a mamografia de rastreamento, pode incluir na sua rotina de check up uma visita a um médico mastologista. Além disso, recomenda-se que a postura atenta aos sintomas seja base para um possível diagnóstico precoce. Ao identificar qualquer sinal, deve-se procurar a unidade de saúde para realizar consulta e receber possível encaminhamento para a realização de exames.

 Serviço

O Hospital Amaral Carvalho mantém o Pró-Mama, programa voltado para auxiliar no diagnóstico precoce do câncer de mama. O serviço atende mulheres com encaminhamento médico dos postos de saúde para realização de consulta e exames como mamografia e ultrassonografia. Orientações e informações pelo telefone (14) 3602-1307.

 

Uma história de superação

Luciana Veloso Florêncio, 42 anos, mora em Itapeva/SP. Começou a suspeitar que havia algo errado com sua mama esquerda em junho de 2021. “Percebi, no banho, que minha mama esquerda estava diferente com relação à direita, com uma leve retração”, contou Luciana. Para ponderar se era apenas uma impressão ou realmente tinha algo errado, Luciana pediu para sua filha e sua irmã opinarem. “Elas também perceberam a diferença e então, meu esposo logo me levou até uma unidade básica de saúde da minha cidade”.

Entre mamografia, ultrassom e biópsia, teve a primeira confirmação da existência de uma neoplasia. Encaminhada para uma profissional mastologista para dar prosseguimento à investigação e diagnóstico, foi direcionada para o Hospital Amaral Carvalho. “Em setembro de 2021, tive todos os exames refeitos, agora no Hospital Amaral Carvalho, e então recebi a confirmação: um carcinoma ductal invasivo na mama esquerda”.

 

Tratamento

Luciana iniciou o tratamento com 16 sessões de quimioterapia. “Tive sintomas leves durante a quimioterapia, se comparar com outros pacientes. A única dificuldade foi durante uma queda de imunidade que necessitou de internação, mas tive uma recuperação rápida”, contou Luciana.

Já em relação à cirurgia de retirada do tumor, Luciana recebeu uma excelente notícia. “O médico me informou pessoalmente que eu poderia passar pela oncoplastia, que é a retirada do tumor e correção estética feita ao mesmo tempo. Eu fiquei muito feliz, com esperança de ter minha auto estima renovada, e senti muita gratidão”.

A oncoplastia mamária é a cirurgia plástica realizada durante o procedimento de retirada de tumor mamário, permitindo assim que aconteça a reparação imediata da mama acometida. Nesse procedimento, o seio saudável pode passar por reparos para garantir a simetria das mamas.

Recuperada da cirurgia, Luciana se prepara para iniciar a última fase do tratamento, que incluirá 16 sessões de radioterapia.

Feliz e com sua esperança restabelecida, ela manda um recado para todas as mulheres: “não tenham medo, pois o diagnóstico precoce é o melhor caminho para vencer o câncer. Ao menor sinal, procure um médico, e confie no processo, pois dará tudo certo”.

 Thais Moraes

Curso de oncoplastia realizado no HAC atualiza mastologistas de todo o país

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) oferece o Curso de Oncoplastia e Reconstrução Mamária, em pareceria com o Hospital Amaral Carvalho (HAC). A SBM promove esse curso em apenas dois locais no Brasil, aqui no HAC e também em Goiânia, no Hospital Araújo Jorge.

“A SBM buscava desenvolver esse curso em hospitais com estrutura para criar verdadeiros centros de formação em oncoplastia, e o Hospital Amaral Carvalho ofereceu as condições ideais para que essa parceria fosse concretizada, ofertando assim um grande salto para a carreira de mastologistas de todo o Brasil, e ainda contemplando pacientes do nosso Hospital”, explicou Dr. Ailton Joioso, mastologista coordenador local do curso.

A oncoplastia é um dos ramos que hoje está implementado na prática diária do tratamento de câncer de mama, visando minimizar as deformidades e as agressões físicas e psicológicas que podem ocorrer durante o tratamento. É uma nova forma de tratar esse tipo de câncer, onde busca-se evitar a mutilação agressiva e visa reconstruir e reparar o dano que não pode ser evitado.

“Esse novo olhar da oncoplastia é um caminho sem volta, entendemos como obrigação da área essa evolução essencial para promover melhores resultados e proporcionar mais qualidade de vida para os pacientes. E estamos em uma crescente: há oito anos, as reconstruções feitas no Brasil eram de 8%. Hoje, estamos perto de 32%”, enfatizou Dr. Maurício Resende, mastologista coordenador nacional do curso.

O curso tem como principal objetivo aumentar significativamente o número de médicos mastologistas especialistas em oncoplastia, para que mais cidades do Brasil possam contar com essa solução avançada e assim levar qualidade de vida a mais mulheres acometidas pelo câncer de mama.

A oncoplastia

A oncoplastia mamária é a cirurgia plástica realizada durante o procedimento de retirada de tumor mamário, permitindo assim que aconteça a reparação imediata da mama acometida. Nesse procedimento, o seio saudável pode passar por reparos para garantir a simetria das mamas.

Já a reconstrução mamária acontece quando há a perda parcial ou total da mama, geralmente feita meses após a mastectomia, com foco na reposição do volume perdido e não necessariamente na estética das mamas. Esse procedimento não envolve a mama saudável.

“A mama é um órgão de identificação da mulher, da feminilidade. Muitas vezes, quando a paciente passa pelo câncer de mama e é acometida pela retirada parcial ou integral do seio, seu psicológico e autoestima são altamente afetados. Passar por reparos estéticos ainda durante a retirada do tumor é essencial para a recuperação psicológica e social da paciente”, conta Dr. João Ricardo Paloschi, coordenador local do curso.

Luciana Veloso Florencio, 42 anos, de Itapeva/SP, começou sua batalha contra o câncer de mama em setembro de 2021. Em julho de 2022, passou pela oncoplastia pela equipe do 4º Curso de Oncoplastia e Reconstrução Mamária realizado aqui no HAC. ‘’Eu tinha medo de precisar passar por duas cirurgias, a de retirada do tumor e outra para reconstruir, e confesso que se fosse o caso, não faria. Mas o Dr. Paloschi me deu a ótima notícia que eu tinha todos os pré-requisitos para fazer a oncoplastia. Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido e hoje me olho no espelho e me sinto eu mesma”, contou Luciana.

A mastologista Talita Giuzio, de Campinas/SP, decidiu se inscrever no curso para poder oferecer melhores resultados para suas pacientes. “Poder unir o tratamento oncológico com a estética é poder proporcionar mais esperança para as mulheres nessas condições”, disse a aluna do 4º curso.

Como se inscrever

O curso é destinado para mastologistas de todo o Brasil que buscam se especializar em oncoplastia, e visam oferecer qualidade de vida para seus pacientes.  Está sendo realizado atualmente no 4º Curso. Cada turma é composta por 12 mastologistas, ou seja, até o momento, o curso especializou o total de 48 mastologistas em oncoplastia. 

Para fazer parte do próximo curso, basta procurar a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), para receber as informações e poder se inscrever. Os 12 médicos de cada turma são selecionados de acordo com avaliação curricular.

Thais Moraes